Caio olha para os tênis pretos de Al Berto. novos. eram pretos, mas a calça jeans estava puída de mês. uma gaja saiu do fundo do corredor gritando com alguém que estava encostado na sala --
-- solta a tibúrcia! -- a sombra roxa dela bonita.
eles olhavam para baixo. em meia hora a luz do pôr do sol estava cada vez mais azul nos olhos de Al Berto. Caio pensou que ele fosse virgem. ninguém viu, mas eles estavam na janela. o brasileiro não parava de falar.
-- então nessa noite dormimos todos numa cama só. o sujeito tinha um tatame no quarto, e ficava escutando Gal a noite toda, o mesmo disco, no repeat, naquela coisa. eu me sentei ao lado e li Maupassant a noite toda, e de repente começou a tocar Meu Bem, Meu Mal, é uma música da Gal
veio um garçom novinho com barba feita.
-- obrigado, traz-me a conta se faz favor. desculpa lá, Caio Fernando, foi um prazer, mas tenho que me ir. apanhar o último comboio nocturno.
Caio Fernando Abreu queria se livrar de uma fita K-7, que deu de presente ao Al Berto. no título uma caneta vermelha dizendo FUMO YOGA.
a nova minissérie de júlia hansen
ResponderExcluirvou ter que acompanhar!