domingo, 4 de setembro de 2011

lendo baudelaire na bica

- cadê o isqueiro, cara? cadê o isqueiro?
- fogo! desmaterializou. mas esse lume era de quem?
- não faço a mínima. qual era a cor dele?
- pá, se eu nem sei de quem era!
 (...) um silêncio é encontrado entre os dois, enquanto a fumaça sobe em direção à vidraça, caio diz:
- era de um vermelho maravilhoso,
- eu sei. se eu tivesse outro, eram dois destes. mas enquanto não me engolem, vão dando o que tenho à mão. faz-te um homem, vai ali embaixo e arranjas outro.
- eu fiz uma coisa tão louca com o fernando que eu até tenho vergonha de contar. não sei por onde começo. estou roxo. inacabado. um palmo a menos e não teria sido um erro. será que estou ficando inconsequente?
-faz-te um homem, vai ali embaixo e arranjas outro, pá.

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